Periferias

Desde o início do seu pontificado, o Papa Francisco tem vindo a chamar a atenção para o tema das periferias da nossa sociedade, que não são só geográficas, mas também existenciais. Alude assim ao mundo dos marginais e dos abandonados, dos pobres e dos rejeitados de qualquer tipo que vivem excluídos do mundo abastado.

As periferias têm sido, ao longo da história, locais privilegiados da presença cristã. E os periféricos são, hoje como ontem, os principais interlocutores da Igreja e da sua ação. Essa tem sido uma opção não apenas «caridosa», mas também histórico-geográfica e com raízes na história do Cristianismo. Mas, se as periferias sempre foram importantes para o Cristianismo, a verdade é que a realidade e a importância dos mundos periféricos se alteraram muito rapidamente nos últimos tempos. Como são hoje as periferias, no nosso mundo? E o que significa regressar a elas, como propõe o Papa Francisco?

Este livro parte do apelo do Papa para a procura das periferias concretas e metafóricas que se evidenciaram ao longo da história da humanidade até aos nossos dias, interrogando-se sobre o sentido profundo da crise que atravessa a Igreja e sobre o caminho de esperança que se pode percorrer para conferir uma nova centralidade à mensagem cristã.