…Assim na Terra como no Céu

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15,15 

Admiro imenso os que conseguem concentrar-se, meditar e aprofundar os seus pensamentos no meio da agitação do Mundo; eu, por mais que o tenha tentado, não sou capaz!
E no entanto foi por indiscutível vocação que decidi casar e constituir uma família numerosa, partilhando assim amplamente a própria vida; com minha mulher, treze filhos, genros, noras e vinte e sete netos criei uma multidão privativa no seio da qual me sinto muito bem e, neste aspecto, perfeitamente realizado.
De vez em quando, porém, distancio-me de todos e escondo-me dentro de mim mesmo.
Não tendo jeito especial e concreto para quase nada, sempre me senti profundamente dependente da comunidade.
Assim sendo, põe-se-me o problema moral da contrapartida. Se dependo de tantos para poder estar só, cumpre-me indeclinavelmente procurar também ser útil aos outros, o que nem sempre consigo com a generosidade devida.
É, em parte, a consciência desta obrigação que me leva a escrever.
Quando me isolo faço-o impunemente, pois sei que posso sempre, logo que o queira, voltar de imediato ao afecto dos meus e ao carinho da comunidade.

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